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Entrevista Carmine Appice


Um baterista de muito peso e swing, influenciado pelo R&B e blues-rock. Figura histórica do heavy metal, tocou ao lado de Jeff Beck, Ozzy Osbourne e outros dinossauros do rock. Fundou o Vanilla Fudge, o Cactus e o fantástico Beck, Bogert & Appice. Um papo bem bacana com Mr. Carmine Appice!




Ugo Medeiros - O Vanilla Fudge foi o precursor de um novo tipo de rock, um mix de hard, psicodélico e, na minha visão, um senso de humor não tão comum na época. Como você vê o nascimento desse som?


Carmine Appice - Era um tipo de som que nascia naquela área de Nova Iorque, entretanto a banda tinha quatro vocalistas e todos eram muito técnicos nos seus instrumentos. Dessa forma, conseguimos fazer essa "mistura" com a nossa cara. Era como um "R&B-heavy metal sinfônico". Claro, com um toque de psicodelia.


UM - A química entre Tim Bogert e você era bem forte. Como você o conheceu?


CA - Nos conhecemos quando o Mark Stein e ele me viram em uma apresentação, em um clube de Nova Jérsei. Ali me chamaram para entrar na banda deles e nascia o Vanilla Fudge. O Tim Bogert foi o primeiro baixista elétrico com quem eu toquei.


UM - O Cactus foi uma das bandas de hard rock mais importantes da história. Você considera a banda como um Vanilla Fudge mais maduro e visceral?


CA - O Cactus era uma banda de blues-rock com um som completamente diferente. O Cactus tocava músicas mais rápidas, já o Vanilla Fudge tinha um repertório mais lento e pesado.


UM - O Cactus foi taxado como o Led Zeppelin americano. É claro, o Zeppelin era uma grande banda, mas você não acha que a mídia os protegiam e os tratavam como "deuses", de forma desproporcional e até irresponsável? Fique à vontade para discordar ou não responder...


CA - Eles eram uma grande banda. O Cactus era a versão americana do Zeppelin, a Atlantic Records nos deu esse apelido. Eles ganharam essa mega projeção bem na época dos falecimentos do Jimi Hendrix e da Janis Joplin. Houve um hiato no mundo da música (até sob o ponto de vista midiático), e eles preencheram.


UM - O Jeff Beck seria o guitarrista original do Cactus, mas ele teve um sério acidente de moto. Logo depois, Beck, Bogert & Appice foi a concretização daquela formação. Era uma super banda! Como foi essa experiência com o Jeff Beck?


CA - Cara, foi difícil! Naquela altura, era o maior guitarrista, mas nos deixou na mão! Saímos para turnê, mas ele saiu no meio e nunca completou o que nós três havíamos planejado.


UM - Um guitarrista mais coroa, certa vez, me falou que o bom músico é reconhecido com apenas uma nota. Acho que isso acontece contigo, você tem um estilo próprio. Como você o definiria?


CA - Um hard rock pesado com muito groove, muita energia.


UM - Você gravou e excursionou com grandes nomes de diferentes estilos. Você poderia falar rapidamente sobre alguns desses?


CA - Toquei com o Rod Stewart durante o seu auge. Sempre fez um excelente trabalho e é um cara correto nas relações e nos negócios. Tive uma experiência com o Ozzy Osbourne. Apesar dele ser uma pessoa muito legal, a mulher manda na vida dele. A banda dele naquela época era muito boa. Tommy Bolin era um grande guitarrista, muito talentoso, mas era um viciado em drogas. Com o Pink Floyd foi algo estritamente profissional em tudo. [Nota do editor: senti na resposta, um ar de "frieza" da banda com ele. Outros músicos já relataram o mesmo]


UM - Por razões óbvias, Jimi Hendrix será sempre amado e alvo de muito interesse. Você teve o privilégio de excursionar com ele durante o período do Vanilla Fudge...


CA - Nós tocávamos em alguns clubes, mesmo antes dele se tornar "O" Jimi Hendrix. Mesmo após o sucesso e reconhecimento de ambos, tocávamos juntos quando dava e tínhamos uma relação bacana.


UM - Quais os bateristas que te fazem falar: "Nossa, esse cara é de outro planeta..."?


CA - Terry Bozzio e Billy Cobham, esses caras sempre piraram a minha cabeça!


UM - Você também se dedica bastante à licenciatura. Qual conselho você daria aos jovens que desejam seguir como baterista?


CA - Se você sente que tem talento, aprenda com um professor. Você tem que ter paixão pela coisa. A paixão te faz praticar todo dia. Sem paixão você não terá saco. Depois que você praticar todo dia, procure tocar com outros músicos.


UM - Deixo esse espaço para um recado final ao público brasileiro.


CA - Agradeço do fundo do coração a todos que me acompanham desde o início. Sem vocês nada disso seria possível! Me sigam no Facebook em Carmine Appice Himself e no Tweeter em @CARMINEAPPICE1 .

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