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Entrevista Rick Holmstrom


Alaska? Fácil, um lugar inóspito com neve, huskies siberianos e aurora boreal. O que mais poderia vir daquela terra longínqua? Respondo, um grande músico de blues chamado Rick Holmstrom. Nascido e criado no Alaska, rick assistiu ao Chuck Berry e aquilo mudou sua vida. Aos dezoito anos se mudou para Califórnia e viu lendas como Junior Watson, William Clarke e Rod Piazza.

Em pouco tempo tocaria com aqueles caras que tanto admirava e se tornaria um guitarrista requisitado nessa cena californiana. Um cara com ideias novas e que detesta solos exagerados, "eu detesto longos solos de guitarra. Claro, não há problema um solo um pouco maior se eu realmente estou com o feeling que aquele momento pede, mas isso não acontece com frequência. Eu gosto de ir direto ao ponto".

Há dez anos na banda da diva do gospel Mavis Staples, Rick afirma que o blues é a base do DNA de todos os estilos musicais. "(...) Você sabe que tudo veio da mesma fonte. Para mim, tocar com a Mavis ou Booker T é bem parecido como tocar com Billy Boy Arnold ou Lefty Dizz", comenta.

Uma entrevista longa, detalhista, uma verdadeira recompensa a esse crítico musical que nada ganha por esse trabalho. Uma aula sobre música em seus estágios seminais, desde o feeling da alma às notas extraídas da guitarra.



Ugo Medeiros - Você é do Alaska. Eu já entrevistei muita gente de todo os EUA, mas você é o primeiro natural de lá! Eu sou muito interessado na música norte-americana, há um estilo musical específico do Alaska?


Rick Holmstrom - Bem, tem uma música nativa no Alaska, música esquimó, mas eu nunca me aprofundei, vi apenas de passagem em algum cerimonial de um vilarejo ou em alguma competição esportiva infantil. Portanto, não estou por dentro desse estilo. Eu estava ligado nas mesmas coisas que a maioria das crianças ocidentais, uma coisa chamada rock & roll e soul. Eu sempre gravitei para as coisas mais cruas, o que eventualmente acabou me levando ao blues.


UM - Novamente, Alaska. Mil desculpas, mas eu sou do Rio de Janeiro, uma cidade quente onde as pessoas andam de chinelos e passam a maior parte do tempo na praia. Como foi sua infância por lá? O que você mais escutava?


RH - A música sempre estava ao redor da nossa casa. Quando eu era criança meu pai era DJ em uma rádio. Meus pais me tiveram quando tinham 20/21 anos, eles eram bem jovens. Eles me levaram ao meu primeiro show e foi logo do Chuck Berry, quando eu era um pré-adolescente. Eles estavam naquele rock & roll dos anos 1950: Elvis, Buddy Holly, Little Richard, Everly Brothers, Ricky Nelson, Chuck Berry... E ao mesmo tempo eram grandes fãs dos Beatles. Eu nasci em 1965, portanto o primeiro filme que eu vi foi Hard Day's Night ou Help (não me lembro, pois a minha mãe diz que eu adormeci!). Alguns anos depois meu pai me pegou escutando os Stones ou o Zeppelin, ele me disse "Sabe, isso aí nada mais é do uma música do Chuck Berry rearranjada". A partir dali passei a escutar discos como se fossem um dever de casa, mesmo sendo um pré-adolescente eu via o caminho do blues ao gospel, do blues ao R&B, do blues ao rock & roll, ao soul, ao punk, ao hip-hop, etc.


UM - Você se mudou para a Califórnia por volta dos vinte anos, certo? Lá você começou a tocar profissionalmente em alguns dos melhores clubes de blues, nessas casas você conheceu grandes músicos como Smokey Wilson e Junior Watson. Você era muito próximo deles. Você poderia falar um pouco da amizade e dos ensinamentos que cada um te passou?


RH - Aos dezoito anos fui para o faculdade em Redlands, Califórnia, cerca de uma hora de Los Angeles. Estudei Economia e Ciências Políticas, ainda joguei basquete pela faculdade por quatro anos. Conheci a minha futura esposa durante o meu último ano de faculdade, quando começava a tocar em uma banda. Eu tinha tocado um pouco de guitarra quando era criança, mas em Redlands entrei em um grupo chamado CBC que tocava Chuck Berry, rocks de três acordes e alguma coisa de Jimmy Reed. Fazia apenas a guitarra rítmica, nada de solo, e cantava poucas canções. Tínhamos bons momentos tocando em festas apenas pela cerveja. Tocar e ver como aquilo afetava as pessoas mexeu demais comigo, eu fui fisgado por aquilo. Assim que eu me graduei, me mudei para Los Angeles e descobri a cena de blues raiz. Eu trabalhava como escritor freelance e à noite atacava nos clubes de blues, nos intervalos ia para o meu carro praticar tudo aquilo que eu via de músicos como Junior Watson, Steve Samuels e Smokey Wilson. Eu fui a lugares como o Pioneer Club (do Smokey Wilson), o Babe & Rick's e o Pure Pleasure Lounge, mas raramente sentava, apenas pagava o ingresso de três dólares, jantava meu frango frito, tomava UMA cerveja (estava quebrado) e observava. Eu era uma esponja, sugando tudo, cada"gota".

Depois, quando comecei a tocar com o William Clarke, começamos a abrir para alguns desses artistas que eu vi nesses clubes: Smokey Wilson, Finis Tasby, Louisiana 'Guitar' Red, Johnny Dyer, Curtis Griffin e outros. Aprendi tanto com esses caras. Vi o quanto o amor à música é duro, às vezes presenciava o Smokey, quando achava que alguém não estava tocando direito ou com feeling suficiente, olhando para a banda atrás e gritando "alguém está fazendo errado!". Ou Johnny ou Finis sendo gentis para cacete, perguntando se eles poderiam me pagar uma bebida (eu ainda estava quebrado) e me contando estórias sobre Chicago, Mississippi e Texas. Ou ainda Junior puto da vida comigo, depois de ter tocado a noite toda com o William Clarke e Larry 'Texas Flood' Davis, ao passar a bola para mim e eu lá quase imóvel. Ele gritava comigo "apenas toque alguma merda, eu sei que você consegue tocar. Só porque eu sou mais velho e você fica me observando não significa que você precise comprar um assento.... TOQUE!". Foram grandes lições.

UM - Você passou um bom tempo na banda do William Clarke. Você poderia falar sobre essa experiência ao lado dessa lenda da gaita?


RH - O Bill me contratou quando eu tinha 23 anos e fiquei com ele por dois anos e meio. Eu não era muito bom, mas via algo em mim, eu acho. Eu era bom na guitarra rítmica, isso pesou a meu favor para entrar na banda. Eu fiquei em turnê com o Bill sem parar. Minha sessão de gravação foi em uma música mais rítmica do primeiro disco dele pela Alligator Records. Depois disso toquei no disco LA Blues Anthology (que ele também produziu) e contou com Smokey, Johnny, Curtis, Finis e todos aqueles heróis que eu via nos clubes de Los Angeles. Com o William Clarke tudo era no momento, sem ensaios, nada de pegar nota por nota de um disco clássico, sem mãos "engessadas". Todos criando ali na hora, o mais importante era escutar e ter ideias novas toda noite. Eu ralei demais e pratiquei horas a fio para melhorar e sobreviver na banda do Bill, que ainda tinha Zach Zunis, Eddie Clark e outros. Eu tinha um receio constante de ser deixado em casa antes da próxima turnê. Depois, em algum momento, o trabalho valeu à pena e fui deixando esse medo. Por mais duro que o Bill pudesse ser, olho pra trás e vejo que devo muito a ele. Me deu a oportunidade de iniciar nesse mundo da música, mesmo eu sendo extremamente "verde", inexperiente.


UM - Você sempre fez grandes parcerias com gaitistas. Você também tocou na banda do Rod Piazza. O entrevistei uma vez, que cara sensacional e humilde! Você dever ter aprendido muito com ele, né? Quantos discos você gravou com ele? Você concorda que a Califórnia tem os melhores gaitistas?


RH - Bem, na California tínhamos Johnny Dyer, Al Blake, Kim Wilson, Charlie Musselwhite, James Harman, Rod Piazza, Lynwood Slim, William Clarke, Juke Logan, RJ Mischo e outros mais jovens, como Lester Butler, Hook Herrera, San Pedro Slim & Billy Watson. Atualmente temos ainda mais. Acredito que em algum ponto da minha carreira toquei com todos esses personagens. E quando digo personagens, no melhor sentido possível. Muitos têm contato íntimo com Chicago, Mississippi, Texas, Oklahoma ou Alabama e, de certa forma, são todos frutos do Little e Big Walter, Sonny Boy e George 'Harmonica' Smith especialmente. Tem alguma coisa na forma do Little Walter tocar como se fosse um saxofone de jazz que inspirou no swing de diversos artistas que se fixaram na Costa Oeste, como T-Bone Walker, Big Joe Turner e Johnny & Oscar Moore. A gaita tinha um papel de um saxofone em bandas com poucos integrantes. E é justamente esse modo de tocar de Little Walter, Junior Wells e George Smith que influenciou e impactou gente como Blake, Piazza, Dyer, Clarke e outros tantos. Eu passei três anos com o Clarke, quatro anos com o Dyer e sete anos com o Piazza. A banda do Piazza foi algo novo para mim, ensaios regulares e sets arranjados. Com ele aprendi muito sobre profissionalismo e confiança, aprendi como tocar em palcos maiores. Nós co-produzimos juntos três discos, então aprendi, nas palavras do Rod, a "ir para esquerda quando todos estão indo para a direita".

Eu sempre adorei tocar com gaitistas, ainda amo. Eu sou meio que um pássaro raro na guitarra, pois passei tanto tempo tocando com gaitistas e ainda assim sou fã de gaita, especialmente do Little Walter. Gravações como Last night são profundas, um tipo de blues que penetra na alma, ao menos para mim.


UM - Tenho escutando bastante o seu disco Hydraulic Groove, especialmente a canção Pee wee's nightmare. Muito bons! Para esse trabalho você contou com a participação do John Medeski e de músicos de eletrônico. Como foi a gravação/produção?


RH - Hydraulic Groove nasceu a partir de uma gravação que fiz com R.L. Burnside, chamada Wish In Heaven Sitting Down. As músicas foram gravadas ao vivo em um estúdio com a minha banda, canções como Tramp de Lowell Fulson, Chain of fools de Aretha Franklin, Tip on in de Slim Harpo e outras. Depois eles cortaram, editaram, acrescentaram partes à la hip-hip. Em vez deles usarem samples antigos do próprio Burnside, usaram samples da nossa banda. Eu fiquei meio de penetra ali no trabalho de pós-produção, aquilo me deu vontade de tentar algo do tipo. Por exemplo, nós cortamos Pee wee's boogie e acabou virando, depois de muito corte, edições, etc., Pee wee's nightmare. Outras canções eram minhas, blues autorais que nós "reformamos" como se fosse um remix de um DJ. Foi divertido e desafiador, mas, sinceramente, não sei se teríamos paciência para fazer uma gravação desse tipo novamente. Passei muitas noite intermináveis na frente de um computador com o engenheiro de som, too much monkey business. Eu prefiro muito mais gravar ao vivo como fiz em todos os discos anteriores. Fazendo uma retrospectiva, eu acho que eu manteria 2/3 do Hydraulic Groove. Se eu pudesse fazer tudo de novo eu iria ainda mais longe.


UM - Você prefere tocar em trio ou com uma banda maior, com teclado e uma sessão de sopro?


RH - Eu prefiro bandas mais enxutas. Tem alguma coisa no "ar" e no "espaço" que me atrai e inspira na música. Quando não tem esse "espaço" minha vontade é simplesmente de sair do palco, prefiro não contribuir na apresentação. E mais, eu detesto longos solos de guitarra. Claro, não há problema um solo um pouco maior se eu realmente estou com o feeling que aquele momento pede, mas isso não acontece com frequência. Eu gosto de ir direto ao ponto. Eu prefiro apresentar as pessoas com quem toco: Jeff Turmes (baixo, sax e guitarra), Stephen Hodges ou, às vezes, Steve Mugalian (bateria). Mas, claro, essa é apenas a minha opinião, algumas pessoas adoram um solo longo de guitarra.


UM - Você toca na banda da Mavis Staples, na minha opinião a voz feminina mais linda ainda viva. Como você entrou na banda?


RH - O empresário dela, Dave Bartlett, costumava trabalhar no Tone Cool Records quando eu estava gravando algo lá. Dave foi para a área de gerenciamento de artistas e começou a trabalhar imediatamente com a Mavis. Ele ficava falando, repetidas vezes, que Mavis e eu faríamos um belo trabalho juntos e chamou a minha banda para abrir o show dela no Santa Monica Pier, em um free summer concert em 2006. Milhares de pessoas assistiram aos shows. Acabou que a banda da Mavis estava atrasada, ainda desembarcando no aeroporto de Los Angeles, e depois do nosso show perguntaram se nós tocaríamos com ela até a banda chegar. Nós tocamos três ou quatro músicas e quando a banda chegou demos literalmente nossos cabos, amplificadores, baquetas, para que eles encerrassem o show. Ry Cooder estava lá, ele e Mavis trabalhavam em um disco. O Ry comentou com ela sobre a tal banda de abertura e como nos preferia mais do que a banda que a acompanhava. Certo dia a Mavis me pediu para levar o meu trio, Stephen Hodges, Jeff Turmes e acrescentei Donny Gerrard nos backing vocals. A irmã dela, Yvonne, cantou conosco até dois anos atrás. Vicki Randle tem cantado conosco há uns seis anos. Todas capazes de estarem ali na frente cantando de uma forma própria. Para mim tem sido dez anos incríveis, sou um cara sortudo!


UM - Você poderia explicar a diferença entre o blues e o R&B?


RH - Cara, para mim eles são similares. É "chamado" e "resposta", feeling e soul. Simplicidade como sofisticação final, afluentes de um mesmo rio. Anos atrás o grande tecladista Jim Pugh veio até mim, logo depois começamos a tocar com a Mavis, e disse "Fuck you, Rick!". Eu fiquei chocado, o Jimmy é um cara gentil e educado, e mandei um "What?". Aí ele continuou, "Eu só te conhecia tocando blues, agora você aí tocando e cantando nos backings vocals em uma banda de gospel e soul como se não fosse nada demais. FUCK YOU!". Eu o respondi "Ah cara, você sabe que tudo veio da mesma fonte. Para mim, tocar com a Mavis ou Booker T é bem parecido como tocar com Billy Boy Arnold ou Lefty Dizz. Leves diferenças na progressão dos acordes e nos sentidos, mas ao final do dia se você estiver escutando, apoiando e respondendo, então você estará certo". O Jimmy riu e disse que estava apenas de pilha. Tivemos uma ótima conversa sobre os quartetos de gospel e sobre como essa música fala sobre tudo o que amamos. Mas fiquei bem assustado com aquele xingamento, não esperava dele.


UM - Eu escutei o seu último disco Cruel Sunrise, bem legal! Ainda conta com participação da Mavis. Infelizmente as poucas lojas destinadas ao blues e classic rock fecharam, tempos difíceis para a indústria musical. Você acha que isso pode intimidar o trabalho autoral de novos nomes do blues, que já se tornou apenas mais um nicho de mercado? Seguindo essa linha, diversos bluesmen me disseram que o blues está ficando meio chato porque está virando mera repetição, falta criatividade e trabalho autoral. O que você acha?


RH - Olha, desde que eu lancei o Hydraulic Groove em 2002, críticos me perguntam sobre a "atual cena de blues", como se a minha opinião tivesse ganhado peso só porque eu fiz um disco mais experimental que irritou alguns puristas. Talvez eu diga algo controverso, mas a verdade é que eu não tenho a resposta. Eu escuto muito blues e 95% são dos anos 30/40/50/60. Durante anos eu não suportei nada feito após a morte do Magic Sam, acho que foi 1969. Eu fiz algumas raras exceções para a Holywoods Fats Band, um pouco antes os T-Birds e alguma coisa de James Harman, William Clarke, Junior Kimbrough e os discos do RL Burnside, mas na maior parte minha inspiração vem lá de trás. Bastante atrás mesmo.

Se eu tivesse que dizer uma coisa que eu acho que dificulta o blues moderno é falhar em conciliar a composição/letras com sons mais criativos/novos/únicos. Veja Muddy Waters, Sonny Boy, Little Walter, Bo Diddley, Chuck Berry, Howlin' Wolf, Big Joe Turner, Sister Rosetta Tharpe, até a Billie Holiday... Todos esses completamente diferentes, mentes que pululavam ideias, estilos e sons peculiares, coisa que você não vê por esses dias. Claro, na minha opinião.

Só porque o blues é SUPOSTAMENTE uma forma de arte simples, geralmente não tem mais do que três acordes ou doze compassos, não significa que haja um impedimento em uma letra, música ou até mesmo sonoridade criativas. As pessoas respondem à verdade e à beleza em qualquer forma de arte. Eu costumo sintonizar em programas de blues no rádio aos finais de semana, enquanto levo meus filhos aos torneios de futebol, e escuto muitas letras vazias, guitarras altas demais que soam como verdadeiros bombardeios e uma produção tõ limpa e precisa, quase sem vida. Não sei, cara, eu acabo desligando o rádio e escutando os meus discos do Lightnin' Hopkins, Mose Allison, Gatemouth Brown e Little Walter! Ou gospel, ou soul ou funk. Eu gosto de manter o meu "paladar musical" limpo e fresco, então é bacana voltar mais tarde para mais blues.

Há uma ótima cena de blues atualmente, em todo o mundo, diga-se, mas por algum motivos não está "pegando fogo". Uma coisa boa de estarmos com a Mavis é a oportunidade de tocarmos em todo lugar, festivais de blues, jazz, gospel, world music, americana & bluegrass. O que for, nós tocamos. Mavis sempre ri e diz "...não sei porque nos contrataram, eu não toco blues!". De fato, nós não tocamos nem jazz, bluegrass ou qualquer outro desses estilos, mas eu aprendi que as pessoas não ligam para estilos/categorias. Acho que muitas pessoas procuram por uma autenticidade, digamos, analógica nesse mundo extremamente digital. A música da Mavis transcende a coisa do gênero musical. Ela vem do gospel e mesmo que as Staples Singers não se considerem como cantoras de blues, escute a guitarra e os vocais do Roebuck "Pops" Staples, vêm diretamente do delta do Mississippi. A coisa está ali, sim, e funciona. A lista de artistas que a Mavis influenciou é enorme e variada, por isso mesmo ela toca em diferentes lugares.

Ser exposto a todo tipo de música em festivais me fez crescer e amar a busca por autenticidade na música em todos os gêneros. Eu me delicio em encontrar o mesmo feeling [chicken skin] de quando escutei blues pela primeira vez em outros estilos, sabe, aquela coisa profunda que nos toca a alma. Ver Ralph Stanley pouco antes de morrer no Newport Folk Festival foi impactante, assim como ver John Lee Hooker pela primeira vez. Ou ainda assistir ao Ornette Coleman em uma tenda no Bonnaroo com uma temperatura na casa dos 40 graus até a total exaustão. Foi tão pesado como ver o Junior Wells em um pequeno clube, o blues está nisso tudo. Tocar com o Levon Helm no celeiro de sua fazenda em Woodstock também mexeu demais comigo, ensaiamos por quatro ou cinco dias. Seu carinho foi simplesmente uma coisa linda, ele me lembra o meu velho amigo Johnny Dyer. Nessa lista de coisas marcantes também incluo a experiência insana de ver bandas de groove africanas no WOMAD Festival na Austrália ou coisas novas que se inspiraram e inspiram o blues, como Jo' Buddy & Groovy Eyes da Finlândia. Está tudo aí fora, espalhado pelo mundo, mas nem sempre é chamado de blues pelas pessoas que são pagas para rotular e categorizar. Mas está sempre aí, às vezes nos lugares mais surpreendentes.


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