top of page

Olho nele: Pedro Friedrich


O blues não apenas um estilo musical ou uma cena, é um modo de enxergar a vida, um movimento social que nunca desaparecerá. E isto é um fato! Mas esta certeza é ainda maior quando uma revelação do quilate de Pedro Friedrich surge e, sem alardes, conquista espaço.

Natural de Nova Friburgo (zona serrana do Rio de Janeiro), o bluesman é dono de uma pegada inigualável no blues rural, o famoso delta blues. "Até hoje fico me perguntando como eles tocavam daquele jeito. Eles não tinha tanta informação na época e os violões são muito bem trabalhados, você consegue escutar baixo e melodia junto com ritmo e ainda tem a voz. E isso tudo, em 1930, feito por apenas uma pessoa!", revelou.

Simplicidade e fluência são as marcas registradas de Pedro, mas engana-se quem o associa somente ao acústico. Uma vez que a relação com o blues iniciou com Stevie Ray Vaughan, nada mais coerente que o jovem músico também tenha admiração pelo elétrico, inclusive um projeto com uma pegada mais pesada. "Eu tenho um projeto elétrico chamado Pedro Friedrich & Banda, porém uma pegada mais agressiva com releituras de muitas músicas de SRV, Hendrix, Clapton e curtimos deixar algumas músicas mais blues de bandas como Grand Funk e Beatles", comentou.

Pedro Friedrich é a renovação inerente a qualquer movimento cultural, mas ele faz questão de subir o sarrafo e escancarar o nível da produção. O Coluna Blues Rock não é dono de bar, tampouco agente de shows (nunca demais lembrar que o canal é deficitário, sem qualquer aporte financeiro), mas recomenda fortemente que o nome Pedro Friedrich esteja no topo das agendas musicais.


Ugo Medeiros – Te conheci através vídeos seus nas redes sociais. Cara, parabéns!, você tem um blues fluente, natural. Como o blues entrou na sua vida?


Pedro Friedrich - Muito obrigado pelo elogio! Em 2010 um amigo me emprestou um DVD Live at the Mocambo do Stevie Ray Vaughan. Ele começar o show com Testify é um tapa na cara. (Rs) Eu fiquei absolutamente sem reação quando o vi tocar daquele jeito e meu mundo caiu ali mesmo. Eu comecei a tocar violão e guitarra aos treze anos de idade, sempre tive um baú de vinil do meu pai à disposição com várias bandas que me influenciaram: Led Zeppelin, Deep Purple, Beatles, Black Sabbath, Rush, Genesis, entre muitas outras. Porém o único artista de blues que tinha era o Johnny Winter (e sempre foi um dos meus discos favoritos).

Nesta época eu nem sonhava em tocar Blues até assistir o Stevie Ray, foi dai que eu comecei a buscar mais desta fonte. O Eric Clapton também foi importante, eu o via nos shows tocando um violão muito bem tocado numa onda de blues que eu não conhecia. Foi quando comecei uma imersão neste mundo chamado blues, regredindo até chegar ao blues do delta.


UM – Acho que todos os seus vídeos foram de blues acústico. Tenho que admitir que é o meu estilo favorito. Você tem essa preferência em relação ao elétrico? Poderia falar dos nomes que mais te influenciaram no acústico?


PF - A minha preferência para tocar é, sim, o blues do delta. Até hoje fico me perguntando como eles tocavam daquele jeito. Eles não tinha tanta informação na época e os violões são muito bem trabalhados, você consegue escutar baixo e melodia junto com ritmo e ainda tem a voz. E isso tudo, em 1930, feito por apenas uma pessoa! Eu fico me perguntando como e quando que essa técnica foi esquecida ao longo do tempo.

A minha maior influência no blues assim como de muitos outros músicos é aquele considerado o “pai” deste gênero, Robert Johnson. Porém junto vem uma grande quantidade de blues players que também tiveram um papel muito importante para a história e o desenvolvimento deste gênero, tais como: Son House, Charley Patton, Blind Willie Johnson, Muddy Waters, Bukka White, Skip James, Rev. Gary Davis, Willie Brown, Big Bill Broonzy... Eu vou parar esta lista por aqui, pois quanto mais eu pesquiso mais músicos interessantes eu acho. (Rs)


UM – E no blues elétrico, quais são os seus favoritos?


PF - A minha maior influência da guitarra é o Stevie Ray Vaughan (por que será né? Rs). Tenho também como mestres os “KINGS” (B.B, Albert e Freddie), não se esquecendo de Albert Collins, Muddy Waters, Robert Cray, Buddy Guy, Johnny Winter, Eric Clapton e Jimi Hendrix.


UM – Infelizmente as bandas elétricas ganham mais atenção do público e das casas. Você pensa em montar um projeto elétrico?


PF - Eu tenho um projeto elétrico chamado Pedro Friedrich & Banda, porém uma pegada mais agressiva com releituras de muitas músicas de SRV, Hendrix, Clapton e curtimos deixar algumas músicas mais blues de bandas como Grand Funk e Beatles.


UM – Você é de Nova Friburgo, né? Como é a cena aí, tem uma boa aceitação do público?


PF - Sim, sou da cidade de Nova Friburgo, interior do Rio de Janeiro. Atualmente a cena está muito ativa e estão surgindo muitos novos artistas de alta qualidade em variados estilos. Eu sinto que o blues está atingindo uma maior força e aceitação não somente na cidade, mas no Brasil. Eu percebo que quando você toca esse tipo de música a maioria que não conhece a principio, olha e fica escutando com atenção. Logo depois da segunda ou terceira música ela começa a curtir, o blues tem essa magia de purificar o ouvido das pessoas e ser bem aceito por praticamente qualquer um que tenha bom gosto.

Eu acredito que o público do Blues é mais específico, não é uma onda de multidão, porém é um público extremamente fiel. Se a pessoa curte mesmo o estilo irá sempre assistir. Esse respeito mútuo e troca que existem entre artista e ouvinte, na minha opinião, é essencial para que haja continuidade no trabalho de uma forma saudável.


UM – Como tem sido a sua entrada na capital?


PF - Este ano de 2019 eu toquei em poucos lugares na capital, porém tive uma receptividade incrível e também consegui firmar muitos contatos interessantes. Acredito que no próximo ano estarei mais ativo pela capital estreando um com o mago da gaita Jefferson Gonçalves.


UM – Já que citou esse projeto com o Jefferson Gonçalves... Poderia falar sobre?


PF - Sim! Estou muito empolgado! Conheço o trabalho do Jefferson há muito tempo, eu costumava assistir vídeos dele no youtube para aprender a tocar gaita. Me sinto realmente um cara de muita sorte por hoje poder estar ao lado desse grande mestre, tendo a oportunidade de aprender coisas novas e absorver um pouco da sua vasta experiência profissional. The Real Blues trata-se de uma pesquisa em cima do blues rural tendo como base as obras de Robert Johnson, Son House, Blind Lemmon Jefferson, Rev. Gary Davis, entre outros. Estamos em processo de seleção de repertório contando sempre com a ajuda de pessoas que curtem o som, o processo de gravação também está em andamento. Em breve teremos o enorme prazer de anunciar o lançamento nas plataformas digitais.


UM – Quais canções que sempre estão no seu repertório?


PF - Estas são algumas das muitas músicas que estão em meu repertório de delta blues: Sweet Home Chicago, Love in Vain, 32-20, Walking Blues, Kind Hearted Woman, Babe Please Don’t Go, Malted Milk, That’ll Never Happens, Hellhound On My Trail, Pride And Joy.


UM – Pedro, novamente, parabéns pelo seu trabalho! Você é um cara muito talentoso!


PF - Eu que agradeço, um prazer enorme poder participar dessa entrevista! Gostaria de mandar um abraço para todos e deixo alguns links para que conheçam melhor o meu trabalho. Um forte abraço e até a próxima!!




  • Twitter
  • YouTube
  • Instagram

ajude o coluna blues rock manter as atividades! a boa música agradece!

chave-PIX:

contatobluesrock@gmail.com

1200px-Pix_logo.svg_.png
1200px-Pix_logo.svg_.png
exponha a sua  marca aqui! 

Seja um patrono da cultura!
Destaques:
 procurar por TAGS: 
bottom of page